Isomorfismo: o movimento de identificação das empresas no mercado
O que vocês achas das empresas se copiarem? Acham errado? Acham que não é ético?
Na verdade, é um movimento organizacional normal. DiMaggio e Powell, o artigo A GAIOLA DE FERRO REVISITADA: ISOMORFISMO INSTITUCIONAL E RACIONALIDADE COLETIVA NOS CAMPOS ORGANIZACIONAIS, identificam três mecanismos por meio dos quais ocorrem mudanças isomórficas institucionais, cada um com seus próprios antecedentes: 1) isomorfismo coercitivo, que deriva de influências políticas e do problema da legitimidade; 2) isomorfismo mimético, que resulta de respostas padronizadas à incerteza; e 3) isomorfismo normativo, associado à profissionalização. Vejamos em detalhes:
Isomorfismo coercitivo: o isomorfismo coercitivo resulta tanto de pressões for- mais quanto de pressões informais exercidas sobre as organizações por outras organizações das quais elas dependem, e pelas expectativas culturais da sociedade em que as organizações atuam. Tais pressões podem ser sentidas como coerção, como persuasão, ou como um convite para se unirem em conluio. É o caso das franqueadoras em relação às suas franqueadas.
Isomorfismo mimético: a incerteza também constitui uma força poderosa que encoraja a imitação. Quando as tecnologias organizacionais são insuficientemente compreendidas, quando as metas são ambíguas ou o ambiente cria uma incerteza simbólica, as organizações podem vir a tomar outras organizações como modelo. As vantagens do comportamento mimético, em termos de economia de ações humanas, são consideráveis. Quando uma organização se vê frente a um problema com causas ambíguas e soluções pouco nítidas, uma abordagem problemística pode render uma solução viável com poucos gastos.
Isomorfismo normativo: uma terceira fonte de mudanças organizacionais isomórficas é a normativa, e deriva principalmente da profissionalização. É o caso dos Estatutos e Códigos de Éticas da Ordem dos Advogados do Brasil, dos Conselhos dos Arquitetos e dos Engenheiros, dentro outros.